segunda-feira, 27 de junho de 2011

SUPERAÇÃO - O PODER DA CONQUISTA

Provavelmente quando você pensa em histórias de superação de limites vem logo aquela imagem da maratonista suíça cambaleando quase desfalecida para cruzar a linha final. Ela não venceu a prova. Sua classificação nem foi importante. 

Mas a imagem de alguém que contrariando as próprias fraquezas busca forças para atingir o objetivo é emblemática. – (Gabrielle Andersen foi simplesmente a última colocada na primeira maratona feminina da história, nos Jogos Olímpicos de Los Angeles em 1984. A suíça porém é mais famosa que qualquer um das três medalhistas)

Na história há diversos casos de pessoas que se destacaram em meio às mais diversas dificuldades.

1 - BEETHOVEN, mesmo surdo, continuava compondo. Grande parte de suas obras foi realizada no período de maior gravidade de sua doença. 

2 - CLODOALDO FRANCISCO DA SILVA é outro exemplo de história da vida real. Até pouco tempo desconhecido e talvez com grande possibilidade de ser “mais um”, destacou-se ao vencer não só seis medalhas de ouro na natação das últimas Paraolimpíadas como venceram o preconceito. Mostrou que é possível ser um atleta de alta performance mesmo “imperfeito”.

3 - ALBERT EINSTEIN não sabia falar até os 4 anos e só aprendeu a ler aos 7. Adolescente, não foi  admitido na Escola Politécnica de Zurique.

4 - O PENTACAMPEÃO CAFU foi reprovado em 11 testes antes de fechar contrato com o São Paulo e dar o pontapé inicial em sua vitoriosa carreira.

5 - CHE GUEVARA por causa de asma, não foi aceito ao cumprir o alistamento militar. Tornou-se o maior soldado da Revolução Cubana em 1959. (VANNUCCHI e GULLO, 2003)

Os antigos gregos foram mestres em criar histórias de pessoas e seres extraordinários. Destaca-se a história de Hércules e seus doze trabalhos na Mitologia Grega. http://pt.wikipedia.org/wiki/Doze_trabalhos_de_H%C3%A9rcules

E você? Sabe como se forma um campeão?
Entre tantas características importantes uma se destaca: A SUPERAÇÃO! 

A superação vem basicamente da vontade de realizar algo maior, de superar os limites, de alcançar o topo. É isso que torna algumas pessoas especiais. Vencedoras! 

SUPERAÇÃO é poder fazer acontecer com as ferramentas que temos em mãos, superação é trabalhar da melhor forma possível independentemente do que pensem ou falem.
Superação é irmos além do que os outros acham que somos capazes.
Por que eles fizeram o que vieram para fazer. Lutaram para superar suas dificuldades e obstáculos e não desistiram (como muitas pessoas fazem).

O esporte mundial é um catalisador de situações de superação humana. Uma das mais destacadas foi o bicampeonato mundial da seleção brasileira masculina de vôlei, pois traduzem o mais alto espírito de superação do ser humano. Pessoas comuns capazes de atingir o mais elevado posto em sua atividade: O SUCESSO! 

Como é possível? A fórmula é simples e ao mesmo tempo trabalhosa:

Trabalho em equipe + dedicação pessoal + emoção + garra + paixão = CONQUISTA! 
O trabalho em equipe é cada vez mais um diferencial competitivo. Se sozinho é possível alcançar elevados índices de produtividade, em equipe os resultados se multiplicam. Aqui cabe lembrar a diferença entre EQUIPE e GRUPO. 

Uma EQUIPE é constituída de pessoas que tem objetivos em comum. Trabalham para o mesmo propósito e por isso não competem entre si, mas cooperam.

O GRUPO é um amontoado de pessoas que estão juntas por alguma afinidade, mas que não garante o alcance de resultados comuns.
Voltando ao diferencial que uma equipe proporciona, vale destacar que quando se trabalha em equipe a diversidade é importante para o resultado positivo. Visões diferentes podem auxiliar na tomada de decisões que sozinho você talvez demorasse mais para encontrar. A sensação de pertencer a uma equipe é por si só motivadora.
Ayrton Senna e Michael Schumacher não seriam grandes vencedores sem o apoio de uma equipe.

A DEDICAÇÃO PESSOAL é a parte que cabe a cada um para fazer a diferença. É notória a história que, na época áurea do Santos Futebol Clube, por volta de 1965, um dos destaques era a dedicação pessoal do maior jogador de todos os tempos:
Pelé. Aqueles que acompanharam de perto a trajetória do “Rei do Futebol” contam que após os treinos ele se dedicava exclusivamente à cobrança de faltas. Com isso muitos de seus gols de falta foram decisivos para o brilhantismo da era Pelé.


Por fim vem a tríade: EMOÇÃO-GARRA-PAIXÃO. Para transformar estes sentimentos e sensações em ações práticas na gestão organizacional é preciso entusiasmo. 

A palavra entusiasmo vem do grego e significa "SOPRO DIVINO". Os antigos gregos entendiam que a pessoa entusiasmada era aquela que era motivada por Deus. Sendo assim, poderia transformar a natureza e fazer as coisas acontecerem. Se traduzirmos para os dias de hoje é fazer tudo com prazer e ter prazer em tudo que faz. Quando colocamos nossas emoções positivas em prol de uma atividade certamente nos sentimos contagiados pelo sucesso e também influenciamos os que estão por perto. 

É muito gratificante trabalhar com pessoas que vibram com o que realizam. Demonstram prazer no trabalho que desenvolvem. E todos nós podemos sentir assim. Basta entregar-se de paixão àquilo que gosta de fazer. Caso esteja em uma atividade que não se sinta tão feliz, procure outra. Caso não seja possível busque formas de tornar esta atividade mais prazerosa. Sempre há uma solução. 

Tenha certeza que, para um indivíduo ou uma equipe obter o sucesso é necessária muita superação. Acreditar em seu potencial de realização e fazer acontecer.

Rogerio Martins é Psicólogo, Consultor de Empresas e Palestrante. Especialista em Liderança e Motivação. Sócio-Diretor da Persona Consultoria e Eventos. Autor do livro Reflexões do Mundo Corporativo. Membro do Rotary Club de SP Santana (Distrito 4.430).

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Afinal…O que é “Vulnerabilidade Social”?


O conceito de vulnerabilidade foi primeiramente associado especificamente à saúde pública, no contexto de epidemia da aids, por Mann e colaboradores, principalmente a partir de 1992, quando publicou o livro: “Aids in the world”, nos Estados Unidos (Ayres, 1999).

Originado da discussão sobre Direitos Humanos, o termo inicialmente associado à defesa dos direitos de cidadania de grupos ou indivíduos fragilizados jurídica ou politicamente, passou a ser utilizado nas abordagens analíticas, teóricas, práticas e políticas voltadas à prevenção e controle da epidemia.
Na tentativa de ampliar o conceito proposto por Mann et al.[1], Ayres et al.[2], no Brasil, apontam que o modelo de vulnerabilidade está conformado por três planos interdependentes de determinação e, conseqüentemente, de apreensão da maior ou da menor vulnerabilidade do indivíduo e da coletividade. O olhar do autor busca a compreensão do comportamento pessoal ou a vulnerabilidade individual, do contexto social ou vulnerabilidade social e do programa de combate à doença, no caso a AIDS, ou vulnerabilidade programática.
O significado do termo vulnerabilidade, nesse caso, refere-se à chance de exposição das pessoas ao adoecimento, como resultante de um conjunto de aspectos que ainda que se refiram imediatamente ao indivíduo, o recoloca na perspectiva da dupla-face, ou seja, o indivíduo e sua relação com o coletivo. Explicando melhor, o indivíduo não prescinde do coletivo: há relação intrínseca entre os mesmos.
Além disso, o autor propõe que a interpretação da vulnerabilidade incorpore, necessariamente, o contexto como lócus de vulnerabilidade, o que pode acarretar maior suscetibilidade à infecção e ao adoecimento e, de modo inseparável, à maior ou menor disponibilidade de recursos de todas as ordens para a proteção das pessoas contra as enfermidades.
Segundo Ayres (1999), numa primeira tentativa de explicar a aids, doença até então desconhecida, várias classificações permeadas por preconceitos foram criadas e atribuídas às pessoas portadoras do HIV e doentes de aids. Falava-se em “grupos de risco”, referindo-se aos homossexuais, hemofílicos e usuários de drogas injetáveis. O uso desta expressão fez com que as pessoas que não se enquadrassem em algum destes grupos se sentissem imunes à doença.
Esta classificação, duramente criticada pelos grupos organizados envolvidos na prevenção da aids, passou a ser substituída por “comportamento de risco”. Este termo tampouco se mostrou adequado, pois responsabilizava apenas o indivíduo por ter adquirido a doença [3]. Assim sendo, a prevenção dependeria exclusivamente da vontade pessoal e de uma mudança voluntária de comportamento.
No entanto, com o desenvolvimento do conceito de vulnerabilidade foi possível observar que existem outros fatores que interferem e, muitas vezes, determinam a atitude e a conduta das pessoas, ampliando ou diminuindo as situações de risco. 
Entre estes fatores estão
  • O acesso ou não à informação, 
  • Escola, 
  • Serviços, 
  • Programas de saúde,
  • Condições de vida digna;
  • Entre outros ...
Yunes & Szymanski (2001:28), ao citar o pesquisador Murphy e colaboradores definem vulnerabilidade como a ‘suscetibilidade à deteriorização de funcionamento diante de stress’. Nesse sentido, a vulnerabilidade se associa às diferenças individuais e às formas de lidar com elas associadas às dificuldades ambientais. Dessa forma, reconheceu-se a complexa interação, entre a predisposição individual à vulnerabilidade, o ambiente vivenciado e a presença/ausência de estrutura social.
De acordo com Ayres (1999), Mann e sua equipe, buscando articular os aspectos envolvidos na contaminação pelo HIV, estabeleceram uma classificação de vulnerabilidade baseada em três eixos: social, programático ou institucional e individual como os principais determinantes da infecção pelo HIV de pessoas, grupos ou nações.
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O EIXO SOCIAL INCLUI: 
  • Condições sociais e econômicas, 
  • Acesso à informação, 
  • Acesso à educação, 
  • Acesso à assistência social,
  • Acesso à saúde, 
  • A garantia de respeito aos direitos humanos,
  • A situação sócio-política e cultural do indivíduo. 

O eixo programático ou institucional associa-se a programas voltados especificamente para a prevenção, controle e assistência aos portadores de HIV/aids.
O eixo individual refere-se ao acesso a recursos que possibilitam a adoção de comportamentos seguros ou, ao contrário, que possibilitem a infecção pelo HIV. Este último eixo está intrinsecamente relacionado com os eixos social e programático. Deste modo, foi possível ultrapassar a visão de que o comportamento seguro em relação à aids dependia apenas de ações individuais. Associados à pobreza, outros fatores como as mudanças provocadas pelo momento de transição entre a adolescência e a vida adulta contribuem para potencializar uma maior suscetibilidade do jovem ao risco.
Pessoas nesta faixa de idade são naturalmente vulneráveis pelas características intrínsecas à idade. 
Entre elas estão
  • Mudanças físicas, 
  • Período considerado intenso pelos desafios, 
  • Descobertas e oportunidades que se apresentam, 
  • Conflito diante da construção da identidade (descobrir quem é, o quer ser, encontrar o seu lugar no mundo), 
  • Momento de transitoriedade, marcado pelo fato de não se ser mais criança, mas ainda não ser adulto; sentimento de invulnerabilidade perante à morte.

No entanto, é importante observar que tais características assumem diferentes configurações quando contrastadas com as condições sociais, econômicas e culturais vivenciadas pelos jovens. Estas condições são determinadas em certa medida pelo ambiente no qual estão inseridos, pelo acesso a políticas públicas de lazer, educação, projetos sócio-educativos, valores religiosos e familiares socializados, pela condição econômica de seus responsáveis e pelo contexto social que permite ao jovem uma maior ou menor suscetibilidade aos riscos, entre eles, o risco da violência.
Fontes:
[1] – Mann J, Tarantola DJM, Netter T. Como avaliar a vulnerabilidade à infeção pelo HIV e AIDS. In: Parker R. A AIDS no mundo. Rio de Janeiro: Relume Dumará; 1993. p. 276-300.
[2] – Ayres JRCM, França Junior I, Calazans G, Salletti H. Vulnerabilidade e prevenção em tempos de Aids. In: Barbosa R, Parker R, organizadores. Sexualidade pelo avesso: direitos, identidades e poder. Rio de Janeiro: Relume Dumará; 1999. p. 50-71.
[3] -    JOVENS NO CONTEXTO CONTEMPORÂNEO: VULNERABILIDADE, RISCO E VIOLÊNCIA – Maria Ângela Silveira Paulilo * Marília Gonçalves Dal Bello ** * Doutora em Serviço Social-PUC-SP, docente do curso de mestrado em Serviço Social e Política Social da Universidade Estadual de Londrina. Orientadora.
** Mestranda em Serviço Social e Política Social da UEL. Bolsista da CAPES
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Fonte: http://www.radiowanteds.com.br/teste/?p=3718
       

domingo, 19 de junho de 2011

Fichamento: como fazer e modelo


Sou estudante do curso de Serviço Social e, nos primeiros períodos, tenho tido muitas dificuldades (como todos) na execução de algumas tarefas. Por isso, sei que as vezes realizar alguns trabalhos como fichamentos, resenhas, artigos etc., não é tão fácil, principalmente para os alunos que estão iniciando o curso, e não tiveram esse tipo de prática no Ensino Médio. 
Outro ponto é que normalmente não encontramos orientações muito precisas e modelos para orientar melhor nosso trabalho na internet e para piorar os nossos professores apenas solicitam o trabalho sem ter certeza que já dominamos as normas técnicas para executá-los  

Agora, esta postagem ensina como fazer fichamentos (o bibliográfico e o de leitura), artigos, resenhas e esquemas . Então, vamos começar o trabalho...

FICHAMENTO
Existem dois tipos de fichamento (algumas fontes classificam em três tipos, mas vou falar de dois):

1. Bibliográfico, ou descritivo, ou simples, ou de citações;

2. De leitura, ou de resumo, ou de conteúdo.
Então, a primeira coisa é saber qual o tipo de fichamento seu professor quer, para não correr o risco de você fazer um de citação, por exemplo, e ele cobrar seus comentários, porque queria um de resumo!




1. Fichamento Bibliográfico                                                                                  
O fichamento bibliográfico é o mais simples, onde selecionamos as frases que consideramos mais importantes no texto (e que tenham sentido) e destacamos na ficha ou folha de papel.

Cuidado 1: Você pode citar apenas pedaços de frases, mas deve ter cuidado para suas frases não perderem o sentido. ;-)Exemplo:

Frase completa: "Aos poucos, ao adquirir mais experiência, cada pesquisador define que tipo de organização é mais adequada para o seu campo de pesquisa e para a sua forma de trabalho" (p.19).

Citação de parte da frase: "Aos poucos, , cada pesquisador define  organização  mais adequada  para a sua forma de trabalho" (p.19).
Isso é só um exemplo para que você tenha idéia do que estou falando, e nesse caso, as reticências dentro dos colchetes "" fazem muita diferença, pois, destaca no seu trabalho que você selecionou partes de determinada citação.

Cuidado 2: Você deve colocar a citação conforme está no texto original, sem mudar uma vírgula sequer de posição, e ao final colocar sempre a página onde estava o texto original!

Cuidado 3: :Discuta com seu professor se ele prefere o trabalho em fichas ou no próprio A4. Alguns professores não fazem questão do uso da ficha, mas em todo caso, é bom checar antes de fazer alguma aquisição desnecessária. ;-)

Lembre-se sempre que esse tipo de fichamento é um recurso normalmente utilizado pelos professores para incentivar a leitura e para ter certeza que ela foi feita, pois, infelizmente muitos acadêmicos ainda não tem a devida consciência de como é imprescindível a prática da leitura nos cursos de formação de professores!

Esse tipo de fichamento ajuda na pré-leitura; é uma primeira aproximação com o assunto investigado e sua utilização pode ser muito útil em pesquisas futuras! :-)

E por fim, como organizar um Fichamento Bibliográfico em A4: Veja meu exemplo no link:
http://www.scribd.com/doc/35892951/Modelo-de-fichamento-simples-Assunto-Didatica

2. Fichamento de Leitura                                                                                    
O fichamento de leitura é mais elaborado que o de citação, por exigir uma leitura mais crítica.
Esse tipo de fichamento pode é organizado em duas partes:

>> Destacar algumas citações do autor (as mais relevantes);
>> Considerações pessoais onde você fará um resumo das idéias do autor (escrever o que compreendeu sobre o texto) levando em consideração as citações que você destacou. Seria uma explicação das citações que você colocou inicialmente com uma interpretação do texto, uma reconstrução, onde você pode expressar parcialmente uma opinião a respeito da idéia (para isso é bom que você possua mais leituras a respeito do tema).

Veja o modelo de um fichamento de leitura no link (uma folha a4 dividida em duas partes para ficar em tamanho de ficha):