terça-feira, 4 de agosto de 2015

O QUE A BÍBLIA ENSINA SOBRE O ASSISTENCIALISMO

Somos filhos da Reforma. Quando Martinho Lutero afixou suas 95 teses na porta da Igreja de Wittemberg, estava fundamentando em três verdades:


1) SALVAÇÃO só pela graça, não pelas obras;
2) A BÍBLIA (não a tradição) como única regra de fé e prática;
3) SACERDÓCIO universal dos salvos, não o clericalismo.

Estas três verdades vêm influenciando o pensamento Cristão Evangélico através dos séculos. Contudo, precisamos reavaliar constantemente nossos pensamentos e práticas para verificar se não estão sendo mal interpretados.

É o caso da salvação somente pela graça: “Pois vocês são salvos pela graça, por meio da fé, e isto não vem de vocês, é dom de Deus; não por obras, para que ninguém se glorie” (Ef 2.8, 9, NTLH).
Nada mais claro. Entretanto, frequentemente nos esquecemos do verso 10: “Porque somos criação de Deus realizada em Cristo Jesus para fazer boas obras”.
Como enfatizamos continuamente a salvação pela graça e dificilmente ouvimos uma mensagem sobre as boas obras, não é de admirar que nos esqueçamos de as praticar, especialmente as que se referem à assistência social.

É verdade que, em geral, os Cristão Evangélicos são bondosos, quebrantados, ajudadores. Mas até pouco tempo atrás não era fácil encontrar uma instituição evangélica que prestavam auxilio na OBRA SOCIAL. Mesmo hoje, algumas igrejas ainda relutam em envolver-se com projetos dessa natureza. A ênfase recai na evangelização. Via de regra, orfanatos, asilos, hospitais e escolas têm sido deixados por outras religiões, porque muitos creem que a salvação vem pelas obras. O encontro pessoal com Jesus, sua aceitação como Salvador, o novo nascimento são experiências pouco pregadas e experimentadas entre eles. A necessidade da prática de boas obras se deve, desse modo, à incerteza da sua salvação. O resultado são os muitos projetos de assistencialismo.

Mas nós, Cristãos Evangélicos, que enfatizamos a salvação pela Graça, o encontro pessoal com Jesus, o novo nascimento, a certeza da salvação podemos não perceber que as obras são importantes em nossa vida cristã.


POR QUE AS OBRAS SÃO IMPORTANTES?

Primeiro: Por causa do julgamento final. Mateus 25.31-46 é um texto de difícil interpretação. Quando e com quem se dará esse julgamento? Como harmonizá-lo com Efésios 2.8, 9? Não é fácil responder. Mas não há como escapar do que Jesus disse: “Então o Rei dirá aos que estiverem à sua direita: ‘Venham, benditos de meu Pai! Recebam como herança o Reino que lhes foi preparado desde a criação do mundo. Pois eu tive fome, e vocês me deram de comer; tive sede, e vocês me deram de beber; fui estrangeiro, e vocês me acolheram; necessitei de roupas, e vocês me vestiram; estive enfermo, e vocês cuidaram de mim; estive preso e vocês me visitaram’” (versos 34-36, NTLH).

Segundo:  As boas obras glorificam nosso Pai Celestial. Jesus disse: “Assim brilhe a luz de vocês diante dos homens, para que vejam as suas boas obras e glorifiquem ao Pai de vocês, que está nos céus” (Mt 5.16, NTLH).

Terceiro: As obras são uma evidência da fé. Foi isso que o apóstolo Tiago ensinou: “De que adianta, meus irmãos, alguém dizer que tem fé, se não tem obras? Acaso a fé pode salvá-lo? Se um irmão ou irmã estiver necessitando de roupas e do alimento de cada dia e um de vocês lhe disser: ‘Vá em paz, aqueça-se e alimente-se até ficar satisfeito’, sem porém lhe dar nada, de que adianta isso? Assim também a fé, por si só, se não for acompanhada de obras, está morta” (Tiago 2.14-17). É bom lembrar que “fé morta” é sinônimo de “fé inexistente”. Mas, a fé viva produz boas obras.

EXEMPLOS BÍBLICOS

Desde o Antigo Testamento o povo era ensinado a praticar boas obras. A lei da rebusca ensinava que uma parte das espigas deveria ser deixada no campo para que os pobres viessem atrás, colhendo. Uma parte dos dízimos era reservada para ajudar os pobres. Órfãos, viúvas, estrangeiros e pobres eram alvo de cuidado especial. Nada disso, entretanto, substituía o arrependimento, o perdão divino e a expiação de pecados. O único meio para a expiação de pecados era o sangue do cordeiro sacrificado no tabernáculo (Lv 17.11), que prefigurava Cristo, o Cordeiro de Deus. Assim, como no Novo Testamento, a salvação também era pela graça, por meio da fé. E as boas obras? Eram fruto do amor do Pai, expresso nos atos de misericórdia, e uma forma de glorificar a Deus.

O Salmo 37 enfatiza a bondade do justo: “Confia no Senhor e faze o bem” (v. 3); “o justo se compadece e dá” (v. 21); “é sempre compassivo e empresta” (v. 26). Pela bênção de Deus em sua vida e pelas suas atitudes de bondade para com o próximo, o justo colhe muitos benefícios (versos 19, 23 e 25).

A igreja de Jerusalém, nos seus primeiros anos, conheceu um tempo de multiplicação das boas obras. Os crentes vendiam suas propriedades e entregavam o valor da venda aos apóstolos. O dinheiro não era usado para construir templos, casas ou qualquer aquisição semelhante. Dava-se de comer aos pobres, de tal maneira que “nenhum necessitado havia entre eles” (At 4.34).

Mais tarde, o apóstolo Paulo leva os crentes de Corinto e de outras cidades a praticarem boas obras para com outros crentes: “Os discípulos, cada um segundo as suas possibilidades, decidiram providenciar ajuda para os irmãos que viviam na Judéia” (At 11.29, NVI).

E aqui, outra vez, vemos como Deus é glorificado com as boas obras praticadas por seus filhos: “Este serviço ministerial que vocês estão realizando não está apenas suprindo as necessidades do povo de Deus, mas também transbordando em muitas expressões de gratidão a Deus” (2º Coríntios 9.12, NVI).

BOAS OBRAS PRECISAM SER FEITAS SEM SEGUNDAS INTENÇÕES. É o bem que se faz ao Cristão e ao não Cristão, pelo simples fato de que assim se comunica o amor de Deus às pessoas. Mas o resultado natural é que as boas obras abrem portas para a evangelização: aquele que recebe o bem abre o coração para ouvir as verdades do evangelho.

Felizmente, cada vez mais Deus vem sendo glorificado em muitos lugares do Brasil pelas boas obras dos Cristãos Evangélicos:
·      Atendimento aos que estão com fome,
·      Casas de recuperação para usuários de substancias psicoativas,
·      Hospitais,
·      Escolas,
·      Creches  
Uma extensa lista de serviços sociais que vêm produzindo ótimo testemunho. Deus nos ajude a multiplicar o que já estamos fazendo.

Boas obras? Muitas. Mas muitas mesmo!





Esse estudo foi baseado numa matéria da Revista ULTIMATO

Jonathan Ferreira dos Santos

segunda-feira, 27 de junho de 2011

SUPERAÇÃO - O PODER DA CONQUISTA

Provavelmente quando você pensa em histórias de superação de limites vem logo aquela imagem da maratonista suíça cambaleando quase desfalecida para cruzar a linha final. Ela não venceu a prova. Sua classificação nem foi importante. 

Mas a imagem de alguém que contrariando as próprias fraquezas busca forças para atingir o objetivo é emblemática. – (Gabrielle Andersen foi simplesmente a última colocada na primeira maratona feminina da história, nos Jogos Olímpicos de Los Angeles em 1984. A suíça porém é mais famosa que qualquer um das três medalhistas)

Na história há diversos casos de pessoas que se destacaram em meio às mais diversas dificuldades.

1 - BEETHOVEN, mesmo surdo, continuava compondo. Grande parte de suas obras foi realizada no período de maior gravidade de sua doença. 

2 - CLODOALDO FRANCISCO DA SILVA é outro exemplo de história da vida real. Até pouco tempo desconhecido e talvez com grande possibilidade de ser “mais um”, destacou-se ao vencer não só seis medalhas de ouro na natação das últimas Paraolimpíadas como venceram o preconceito. Mostrou que é possível ser um atleta de alta performance mesmo “imperfeito”.

3 - ALBERT EINSTEIN não sabia falar até os 4 anos e só aprendeu a ler aos 7. Adolescente, não foi  admitido na Escola Politécnica de Zurique.

4 - O PENTACAMPEÃO CAFU foi reprovado em 11 testes antes de fechar contrato com o São Paulo e dar o pontapé inicial em sua vitoriosa carreira.

5 - CHE GUEVARA por causa de asma, não foi aceito ao cumprir o alistamento militar. Tornou-se o maior soldado da Revolução Cubana em 1959. (VANNUCCHI e GULLO, 2003)

Os antigos gregos foram mestres em criar histórias de pessoas e seres extraordinários. Destaca-se a história de Hércules e seus doze trabalhos na Mitologia Grega. http://pt.wikipedia.org/wiki/Doze_trabalhos_de_H%C3%A9rcules

E você? Sabe como se forma um campeão?
Entre tantas características importantes uma se destaca: A SUPERAÇÃO! 

A superação vem basicamente da vontade de realizar algo maior, de superar os limites, de alcançar o topo. É isso que torna algumas pessoas especiais. Vencedoras! 

SUPERAÇÃO é poder fazer acontecer com as ferramentas que temos em mãos, superação é trabalhar da melhor forma possível independentemente do que pensem ou falem.
Superação é irmos além do que os outros acham que somos capazes.
Por que eles fizeram o que vieram para fazer. Lutaram para superar suas dificuldades e obstáculos e não desistiram (como muitas pessoas fazem).

O esporte mundial é um catalisador de situações de superação humana. Uma das mais destacadas foi o bicampeonato mundial da seleção brasileira masculina de vôlei, pois traduzem o mais alto espírito de superação do ser humano. Pessoas comuns capazes de atingir o mais elevado posto em sua atividade: O SUCESSO! 

Como é possível? A fórmula é simples e ao mesmo tempo trabalhosa:

Trabalho em equipe + dedicação pessoal + emoção + garra + paixão = CONQUISTA! 
O trabalho em equipe é cada vez mais um diferencial competitivo. Se sozinho é possível alcançar elevados índices de produtividade, em equipe os resultados se multiplicam. Aqui cabe lembrar a diferença entre EQUIPE e GRUPO. 

Uma EQUIPE é constituída de pessoas que tem objetivos em comum. Trabalham para o mesmo propósito e por isso não competem entre si, mas cooperam.

O GRUPO é um amontoado de pessoas que estão juntas por alguma afinidade, mas que não garante o alcance de resultados comuns.
Voltando ao diferencial que uma equipe proporciona, vale destacar que quando se trabalha em equipe a diversidade é importante para o resultado positivo. Visões diferentes podem auxiliar na tomada de decisões que sozinho você talvez demorasse mais para encontrar. A sensação de pertencer a uma equipe é por si só motivadora.
Ayrton Senna e Michael Schumacher não seriam grandes vencedores sem o apoio de uma equipe.

A DEDICAÇÃO PESSOAL é a parte que cabe a cada um para fazer a diferença. É notória a história que, na época áurea do Santos Futebol Clube, por volta de 1965, um dos destaques era a dedicação pessoal do maior jogador de todos os tempos:
Pelé. Aqueles que acompanharam de perto a trajetória do “Rei do Futebol” contam que após os treinos ele se dedicava exclusivamente à cobrança de faltas. Com isso muitos de seus gols de falta foram decisivos para o brilhantismo da era Pelé.


Por fim vem a tríade: EMOÇÃO-GARRA-PAIXÃO. Para transformar estes sentimentos e sensações em ações práticas na gestão organizacional é preciso entusiasmo. 

A palavra entusiasmo vem do grego e significa "SOPRO DIVINO". Os antigos gregos entendiam que a pessoa entusiasmada era aquela que era motivada por Deus. Sendo assim, poderia transformar a natureza e fazer as coisas acontecerem. Se traduzirmos para os dias de hoje é fazer tudo com prazer e ter prazer em tudo que faz. Quando colocamos nossas emoções positivas em prol de uma atividade certamente nos sentimos contagiados pelo sucesso e também influenciamos os que estão por perto. 

É muito gratificante trabalhar com pessoas que vibram com o que realizam. Demonstram prazer no trabalho que desenvolvem. E todos nós podemos sentir assim. Basta entregar-se de paixão àquilo que gosta de fazer. Caso esteja em uma atividade que não se sinta tão feliz, procure outra. Caso não seja possível busque formas de tornar esta atividade mais prazerosa. Sempre há uma solução. 

Tenha certeza que, para um indivíduo ou uma equipe obter o sucesso é necessária muita superação. Acreditar em seu potencial de realização e fazer acontecer.

Rogerio Martins é Psicólogo, Consultor de Empresas e Palestrante. Especialista em Liderança e Motivação. Sócio-Diretor da Persona Consultoria e Eventos. Autor do livro Reflexões do Mundo Corporativo. Membro do Rotary Club de SP Santana (Distrito 4.430).

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Afinal…O que é “Vulnerabilidade Social”?


O conceito de vulnerabilidade foi primeiramente associado especificamente à saúde pública, no contexto de epidemia da aids, por Mann e colaboradores, principalmente a partir de 1992, quando publicou o livro: “Aids in the world”, nos Estados Unidos (Ayres, 1999).

Originado da discussão sobre Direitos Humanos, o termo inicialmente associado à defesa dos direitos de cidadania de grupos ou indivíduos fragilizados jurídica ou politicamente, passou a ser utilizado nas abordagens analíticas, teóricas, práticas e políticas voltadas à prevenção e controle da epidemia.
Na tentativa de ampliar o conceito proposto por Mann et al.[1], Ayres et al.[2], no Brasil, apontam que o modelo de vulnerabilidade está conformado por três planos interdependentes de determinação e, conseqüentemente, de apreensão da maior ou da menor vulnerabilidade do indivíduo e da coletividade. O olhar do autor busca a compreensão do comportamento pessoal ou a vulnerabilidade individual, do contexto social ou vulnerabilidade social e do programa de combate à doença, no caso a AIDS, ou vulnerabilidade programática.
O significado do termo vulnerabilidade, nesse caso, refere-se à chance de exposição das pessoas ao adoecimento, como resultante de um conjunto de aspectos que ainda que se refiram imediatamente ao indivíduo, o recoloca na perspectiva da dupla-face, ou seja, o indivíduo e sua relação com o coletivo. Explicando melhor, o indivíduo não prescinde do coletivo: há relação intrínseca entre os mesmos.
Além disso, o autor propõe que a interpretação da vulnerabilidade incorpore, necessariamente, o contexto como lócus de vulnerabilidade, o que pode acarretar maior suscetibilidade à infecção e ao adoecimento e, de modo inseparável, à maior ou menor disponibilidade de recursos de todas as ordens para a proteção das pessoas contra as enfermidades.
Segundo Ayres (1999), numa primeira tentativa de explicar a aids, doença até então desconhecida, várias classificações permeadas por preconceitos foram criadas e atribuídas às pessoas portadoras do HIV e doentes de aids. Falava-se em “grupos de risco”, referindo-se aos homossexuais, hemofílicos e usuários de drogas injetáveis. O uso desta expressão fez com que as pessoas que não se enquadrassem em algum destes grupos se sentissem imunes à doença.
Esta classificação, duramente criticada pelos grupos organizados envolvidos na prevenção da aids, passou a ser substituída por “comportamento de risco”. Este termo tampouco se mostrou adequado, pois responsabilizava apenas o indivíduo por ter adquirido a doença [3]. Assim sendo, a prevenção dependeria exclusivamente da vontade pessoal e de uma mudança voluntária de comportamento.
No entanto, com o desenvolvimento do conceito de vulnerabilidade foi possível observar que existem outros fatores que interferem e, muitas vezes, determinam a atitude e a conduta das pessoas, ampliando ou diminuindo as situações de risco. 
Entre estes fatores estão
  • O acesso ou não à informação, 
  • Escola, 
  • Serviços, 
  • Programas de saúde,
  • Condições de vida digna;
  • Entre outros ...
Yunes & Szymanski (2001:28), ao citar o pesquisador Murphy e colaboradores definem vulnerabilidade como a ‘suscetibilidade à deteriorização de funcionamento diante de stress’. Nesse sentido, a vulnerabilidade se associa às diferenças individuais e às formas de lidar com elas associadas às dificuldades ambientais. Dessa forma, reconheceu-se a complexa interação, entre a predisposição individual à vulnerabilidade, o ambiente vivenciado e a presença/ausência de estrutura social.
De acordo com Ayres (1999), Mann e sua equipe, buscando articular os aspectos envolvidos na contaminação pelo HIV, estabeleceram uma classificação de vulnerabilidade baseada em três eixos: social, programático ou institucional e individual como os principais determinantes da infecção pelo HIV de pessoas, grupos ou nações.
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O EIXO SOCIAL INCLUI: 
  • Condições sociais e econômicas, 
  • Acesso à informação, 
  • Acesso à educação, 
  • Acesso à assistência social,
  • Acesso à saúde, 
  • A garantia de respeito aos direitos humanos,
  • A situação sócio-política e cultural do indivíduo. 

O eixo programático ou institucional associa-se a programas voltados especificamente para a prevenção, controle e assistência aos portadores de HIV/aids.
O eixo individual refere-se ao acesso a recursos que possibilitam a adoção de comportamentos seguros ou, ao contrário, que possibilitem a infecção pelo HIV. Este último eixo está intrinsecamente relacionado com os eixos social e programático. Deste modo, foi possível ultrapassar a visão de que o comportamento seguro em relação à aids dependia apenas de ações individuais. Associados à pobreza, outros fatores como as mudanças provocadas pelo momento de transição entre a adolescência e a vida adulta contribuem para potencializar uma maior suscetibilidade do jovem ao risco.
Pessoas nesta faixa de idade são naturalmente vulneráveis pelas características intrínsecas à idade. 
Entre elas estão
  • Mudanças físicas, 
  • Período considerado intenso pelos desafios, 
  • Descobertas e oportunidades que se apresentam, 
  • Conflito diante da construção da identidade (descobrir quem é, o quer ser, encontrar o seu lugar no mundo), 
  • Momento de transitoriedade, marcado pelo fato de não se ser mais criança, mas ainda não ser adulto; sentimento de invulnerabilidade perante à morte.

No entanto, é importante observar que tais características assumem diferentes configurações quando contrastadas com as condições sociais, econômicas e culturais vivenciadas pelos jovens. Estas condições são determinadas em certa medida pelo ambiente no qual estão inseridos, pelo acesso a políticas públicas de lazer, educação, projetos sócio-educativos, valores religiosos e familiares socializados, pela condição econômica de seus responsáveis e pelo contexto social que permite ao jovem uma maior ou menor suscetibilidade aos riscos, entre eles, o risco da violência.
Fontes:
[1] – Mann J, Tarantola DJM, Netter T. Como avaliar a vulnerabilidade à infeção pelo HIV e AIDS. In: Parker R. A AIDS no mundo. Rio de Janeiro: Relume Dumará; 1993. p. 276-300.
[2] – Ayres JRCM, França Junior I, Calazans G, Salletti H. Vulnerabilidade e prevenção em tempos de Aids. In: Barbosa R, Parker R, organizadores. Sexualidade pelo avesso: direitos, identidades e poder. Rio de Janeiro: Relume Dumará; 1999. p. 50-71.
[3] -    JOVENS NO CONTEXTO CONTEMPORÂNEO: VULNERABILIDADE, RISCO E VIOLÊNCIA – Maria Ângela Silveira Paulilo * Marília Gonçalves Dal Bello ** * Doutora em Serviço Social-PUC-SP, docente do curso de mestrado em Serviço Social e Política Social da Universidade Estadual de Londrina. Orientadora.
** Mestranda em Serviço Social e Política Social da UEL. Bolsista da CAPES
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Fonte: http://www.radiowanteds.com.br/teste/?p=3718
       

domingo, 19 de junho de 2011

Fichamento: como fazer e modelo


Sou estudante do curso de Serviço Social e, nos primeiros períodos, tenho tido muitas dificuldades (como todos) na execução de algumas tarefas. Por isso, sei que as vezes realizar alguns trabalhos como fichamentos, resenhas, artigos etc., não é tão fácil, principalmente para os alunos que estão iniciando o curso, e não tiveram esse tipo de prática no Ensino Médio. 
Outro ponto é que normalmente não encontramos orientações muito precisas e modelos para orientar melhor nosso trabalho na internet e para piorar os nossos professores apenas solicitam o trabalho sem ter certeza que já dominamos as normas técnicas para executá-los  

Agora, esta postagem ensina como fazer fichamentos (o bibliográfico e o de leitura), artigos, resenhas e esquemas . Então, vamos começar o trabalho...

FICHAMENTO
Existem dois tipos de fichamento (algumas fontes classificam em três tipos, mas vou falar de dois):

1. Bibliográfico, ou descritivo, ou simples, ou de citações;

2. De leitura, ou de resumo, ou de conteúdo.
Então, a primeira coisa é saber qual o tipo de fichamento seu professor quer, para não correr o risco de você fazer um de citação, por exemplo, e ele cobrar seus comentários, porque queria um de resumo!




1. Fichamento Bibliográfico                                                                                  
O fichamento bibliográfico é o mais simples, onde selecionamos as frases que consideramos mais importantes no texto (e que tenham sentido) e destacamos na ficha ou folha de papel.

Cuidado 1: Você pode citar apenas pedaços de frases, mas deve ter cuidado para suas frases não perderem o sentido. ;-)Exemplo:

Frase completa: "Aos poucos, ao adquirir mais experiência, cada pesquisador define que tipo de organização é mais adequada para o seu campo de pesquisa e para a sua forma de trabalho" (p.19).

Citação de parte da frase: "Aos poucos, , cada pesquisador define  organização  mais adequada  para a sua forma de trabalho" (p.19).
Isso é só um exemplo para que você tenha idéia do que estou falando, e nesse caso, as reticências dentro dos colchetes "" fazem muita diferença, pois, destaca no seu trabalho que você selecionou partes de determinada citação.

Cuidado 2: Você deve colocar a citação conforme está no texto original, sem mudar uma vírgula sequer de posição, e ao final colocar sempre a página onde estava o texto original!

Cuidado 3: :Discuta com seu professor se ele prefere o trabalho em fichas ou no próprio A4. Alguns professores não fazem questão do uso da ficha, mas em todo caso, é bom checar antes de fazer alguma aquisição desnecessária. ;-)

Lembre-se sempre que esse tipo de fichamento é um recurso normalmente utilizado pelos professores para incentivar a leitura e para ter certeza que ela foi feita, pois, infelizmente muitos acadêmicos ainda não tem a devida consciência de como é imprescindível a prática da leitura nos cursos de formação de professores!

Esse tipo de fichamento ajuda na pré-leitura; é uma primeira aproximação com o assunto investigado e sua utilização pode ser muito útil em pesquisas futuras! :-)

E por fim, como organizar um Fichamento Bibliográfico em A4: Veja meu exemplo no link:
http://www.scribd.com/doc/35892951/Modelo-de-fichamento-simples-Assunto-Didatica

2. Fichamento de Leitura                                                                                    
O fichamento de leitura é mais elaborado que o de citação, por exigir uma leitura mais crítica.
Esse tipo de fichamento pode é organizado em duas partes:

>> Destacar algumas citações do autor (as mais relevantes);
>> Considerações pessoais onde você fará um resumo das idéias do autor (escrever o que compreendeu sobre o texto) levando em consideração as citações que você destacou. Seria uma explicação das citações que você colocou inicialmente com uma interpretação do texto, uma reconstrução, onde você pode expressar parcialmente uma opinião a respeito da idéia (para isso é bom que você possua mais leituras a respeito do tema).

Veja o modelo de um fichamento de leitura no link (uma folha a4 dividida em duas partes para ficar em tamanho de ficha): 


quarta-feira, 18 de maio de 2011

O que é Preconceito???

Preconceito (prefixo pré- e conceito) é um "juízo" preconcebido, manifestado geralmente na forma de uma atitude "discriminatória" perante pessoas, lugares ou tradições considerados diferentes ou "estranhos". Costuma indicar desconhecimento pejorativo de alguém, ou de um grupo social, ao que lhe é diferente.
As formas mais comuns de preconceito são: social, "racial" e "sexual".
De modo geral, o ponto de partida do preconceito é uma generalização superficial, chamada "estereótipo".
Exemplos: "todos os alemães são prepotentes", "os americanos formaram grandes grupos arrogantes", "todos os ingleses são frios". Observar características comuns a grupos são consideradas preconceituosas quando entrarem para o campo da agressividade ou da discriminação, caso contrário reparar em características sociais, culturais ou mesmo de ordem física por si só não representam preconceito, elas podem estar denotando apenas costumes, modos de determinados grupos ou mesmo a aparência de povos de determinadas regiões, pura e simplesmente como forma ilustrativa ou educativa.
Observa-se então que, pela superficialidade ou pela estereotipia, o preconceito é um erro. Entretanto, trata-se de um erro que faz parte do domínio da crença, não do conhecimento, ou seja ele tem uma base irracional e por isso escapa a qualquer questionamento fundamentado num argumento ou raciocínio.
Os sentimentos negativos em relação a um grupo fundamentam a questão afetiva do preconceito, e as ações, o fator comportamental. Segundo Max Weber (1864-1920), o indivíduo é responsável pelas ações que toma. Uma atitude hostil, negativa ou agressiva em relação a um determinado grupo, pode ser classificada como preconceito.  

O que é Questão Social?


 Dentro do universo do Serviço Social fala-se constantemente em questão social. Mas o que significa questão social, como surgiu e quais são suas expressões?


A "expressão  “questão social”, tem um histórico recente, começou a ser utilizada na terceira década do século XIX,  surge para nomear o fenômeno do  pauperismo. A pauperização da população trabalhadora   é  o resultado  do capitalismo industrial  e crescia  da mesma maneira que aumentava a produção”,segundo Netto (2001 p.42 ).

Questão social é produto e expressão da contradição entre capital e  trabalho.
O complexo da questão social é um desafio histórico estrutural, que resulta das contradições concretas entre capital e trabalho, a partir do moderno processo de industrialização capitalista, tendo como determinantes o empobrecimento da classe trabalhadora, a consciência dessa classe e a luta política dessa classe contra seus  opressores.

Essa contradição é oriunda  do desenvolvimento da sociedade, em que o homem tem acesso à cultura, natureza, ciência e às forças produtivas do trabalho  social; e do outro lado, cresce a distância entre concentração/acumulação de capital  e aumenta a miséria, a pauperização.

Vejamos  algumas questões objetivas e subjetivas para o surgimento da questão social:

Questões objetivas para o surgimento da questão social:

→ Surgimento de novos problemas  vinculados às modernas condições de trabalho urbano;
→ Aparecimento da burguesia e proletariado;
→ Introdução de uma nova forma de exploração, diferente da escravista e feudal, escondida na produção  ( liberdade);
→ Pauperização  crescente da classe trabalhadora

Questões subjetivas  para o surgimento da  questão   social:

→ Consciência da classe trabalhadora de sua situação  de exploração, permitindo que passasse de uma “classe em  si “  a uma classe “para  si “, impondo os  seus interesses;
→ Organização dos trabalhadores  para encontrar  respostas  às suas necessidades sociais;
→ Inclusão das demandas dos trabalhadores no discurso dos  políticos, classe dominante, como uma questão que ameaçava a coesão social.
→ Reconhecimento que o pauperismo era um fato histórico, produzido e reproduzido socialmente, passível de enfrentamento e superação.
→ Pressão dos trabalhadores para uma regulação baseada na cidadania.

Fica claro que a industrialização, acompanhada da urbanização, constituiu o processo desencadeador da questão  social, em que as relações  sociais e econômicas  pré-industriais foram desmanteladas pelo avanço das forças  produtivas que respondem primariamente pelas mudanças estruturais.  A pobreza, para ser a pré-condição estrutural da questão social,  precisou ser politicamente problematizada.

Segundo Pereira (2003 p. 119)  “[...] os graves desafios atuais são  produtos  da mesma contradição  entre capital e trabalho, que gerou a questão social no século XIX,  mas que,  contemporaneamente, assumiram enormes proporções e não foram suficientemente problematizados.”

Desse modo, a questão  social só se torna “questão   social”  quando ela  for  problematizada  o suficiente, reconhecida e assumida por um dos setores da sociedade, com o objetivo de enfrentá-la, torná-la pública e de transformá-la em demanda política, no sentido   de  “resolver”    o  problema. Não basta reconhecê-la enquanto realidade bruta da pobreza e da miséria; é preciso ser problematizada em seus dilemas, mas no cenário da crise do nosso Estado de bem-estar, da justiça  social, do papel do Estado e do sentido da responsabilidade  pública.

Assim,  a questão social só se apresenta em suas  objetivações, em projetos que determinam  prioritariamente o capital sobre o trabalho, em que o objetivo é acumular capital e não garantir condições de vida para a população.

E as  consequências da apropriação desigual do produto  social são as  mais diversas:

→ Desemprego;
→ Analfabetismo;
→ Fome;
→ Violência;
→ Favelas, entre outros.


É nesse contexto  que trabalham os assistentes  sociais  com  a questão social, nas mais variadas  expressões cotidianas, e como  os  sujeitos a vivenciam no trabalho, família, habitação, saúde, assistência  social, no acesso aos serviços públicos etc.

Hoje, é um dos desafios do assistente  social que  precisa apreender a questão social  e  perceber  as  inúmeras formas de pressão  social, de  construção e reconstrução da vida  cotidiana, pois é no presente  que  são recriadas   novas maneiras de viver,  que indicam  um futuro  que está  iniciando, justamente em um momento em que o  gênero humano  é individualista e  desmotivado em um universo da mercantilização universal.

 Destacamos também  o cenário  em que se insere o Serviço Social hoje, como afirma  Iamamoto (2004, p. 29 ) :
 
 “[...] as novas bases de produção da questão social, cujas múltiplas expressões são o objeto do trabalho  cotidiano do assistente  social.”
 
 Segundo Arcoverde, (1999, p. 79 ) os profissionais precisam  decifrar as mediações que na atualidade permeiam a questão social, desfazendo seus nós. E, procuram dar visibilidade às formas de resistência e lutas por vezes ocultas, mas presentes na realidade.

 É na base  da produção capitalista que se  produz e reproduz a questão social, onde os assistentes  sociais trabalham junto aos indivíduos . E  é no contexto  do trabalho  que  a questão  social  iniciou, se manifestou e até hoje  se permeia.

É  preciso  decifrar os determinantes  e as múltiplas expressões da  questão  social. Esta, encontra-se enraizada na contradição  fundamental que demarca essa sociedade, assumindo novas formas  a cada época.

O profissional de  serviço  social  precisa estar atento às  constantes mudanças, sejam elas econômicas, sociais e/ou culturais, pois são fatores que favorecem ou desafiam a nossa atuação  profissional. Com conhecimento teórico metodológico, conseguimos analisar a conjuntura  para uma atuação técnico-operativa eficaz nesse modelo  neoliberal  contemporâneo.

 Não basta criticar. É através da intervenção profissional, da observação, do levantamento de indicadores, da problematização da questão  social que surgirão novas políticas para a “solução”  dos problemas
.


BIBLIOGRAFIA
CASTELL, Robert. As metamorfoses da questão social. Uma crônica do salário. 6 ed. Petrópolis, 1998.
FERREIRA, A.B.H. Mini Aurélio. Miniaurelio Século XXI: O minidicionário da língua portuguesa. 5 ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001.
IAMAMOTO, M.V. O Serviço Social na Contemporaneidade: trabalho e formação profissional. 7 ed. São Paulo, Cortez, 2004.
NETO, J. P. Cinco  Notas a Propósito da “Questão Social “. In: Revista  Temoralis  nº 3. ABEPSS, 2003.
PEREIRA, Potyara, A. Perspectivas  teóricas sobre a questão social no serviço  social. In: Revista  Temoralis CFESS,2003.

ARCOVERDE, Ana  C.B. Questão Social no Brasil e Serviço Social.Capacitação em Serviço Social e política Social , Brasília, EAD 1999.
CASTELL, Robert. As  metamorfoses da questão  social. Uma crônica  do salário. Editora  vozes, 6 ed. 1998.
IAMAMOTO, Marilda V. A questão social no capitalismo. Revista  Temporalis, nº 3, 2001 abepss
______. Serviço Social na Contemporaneidade: trabalho e formação profissional.7 ed. São  Paulo, Cortez: 2004
PERERIA. A.P. Questão Social, Serviço Social e Direitos de Cidadania. Revista Temporalis  nº 3, 2001 abepss

BIBLIOGRAFIA  COMPLEMENTAR
NETTO, Jose Paulo; Braz, Marcelo. Economia Política: uma introdução critica. 3 ed. São Paulo, Cortez, 2007.
PASTORINI, Alejandra. A categoria “questão social” em debate. São Paulo, Cortez, 2004.
STEIN, R. “A (nova) questão social e as estratégias de seu enfrentamento”. Ser Social nº 6. Revista do programa de Pós Graduação em Política Social. UNB.DF, Jan a jun. 2000, p. 133-168.
YASBEK, Maria Carmelita. Pobreza e exclusão social: expressões da questão social no Brasil. In: Revista  Temoralis  nº 3. ABEPSS, 2003.

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segunda-feira, 18 de abril de 2011

O FENÔMENO TÉCNICO E SUAS PARTICULARIDADES NO ÂMBITO DA COMUNICAÇÃO E DA CULTURA CONTEMPORÂNEA

TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO
Maria Clotilde Pires Bastos


2 - O FENÔMENO TÉCNICO E SUAS PARTICULARIDADES NO ÂMBITO DA COMUNICAÇÃO E DA CULTURA CONTEMPORÂNEA;

Palavras chave: Fenômeno técnico; sociedade contemporânea; cibercultura

Objetivos:
·      Compreender a relação historicamente estabelecida entre o desenvolvimento de Revoluções Tecnológicas e seu desdobramento em Processos Civilizatórios;
·      Identificar as potencialidades de utilização das tecnologias da informação, em seu viés político-ideológico;

DEFININDO TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

O que é tecnologia?
·          Instrumentos e ferramentas tangíveis – tais como equipamentos – ou intangíveis
– tais como procedimentos, métodos, técnicas – visando expandir as possibilidades humanas de explorar a natureza ou melhorar as condições de vida das pessoas.
·          O avanço tecnológico deve ser entendido como a expressão do processo de desenvolvimento das forças produtivas da sociedade.
·          Deve ser entendido numa perspectiva histórica e social a fim de revelar o caráter ideológico, que muitas concepções adquirem.


QUATRO SIGNIFICADOS PARA TECNOLOGIA:
1 – a ciência, o estudo da técnica;
2 – puramente técnica;
3 – conjunto de técnicas de que dispõe uma sociedade;
4 – ideologia da técnica.

Não é a apenas a atual sociedade que deve ser considerada tecnológica.
Toda e qualquer época da história em que os seres humanos concretizaram objetos ou ações, deve ser entendido como era tecnológica.

AS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO...
Remete ao conjunto de dispositivos, serviços e conhecimentos relacionados a uma determinada infraestrutura (computadores, softwares, sistemas de redes, etc);
Criação de novas práticas sociais seja para a acumulação ou para a emancipação dos indivíduos

Acesso às Tecnologias da Informação:
·          Embora haja um aumento significativo na quantidade de usuários da Internet, esse percentual equivale a apenas 19% da população mundial.
·          A concentração de riquezas repete-se nas tecnologias digitais.
·          O alto custo e a constante renovação das tecnologias promove a existência de uma sub-classe tecnológica [...]que sofrem desvantagem no mercado de trabalho - (GLEISER, 2002).
·          A base da questão está no padrão capitalista de produção das desigualdades, ou seja, produção social coletiva mas apropriação das riquezas é privada.
·          A desigualdade não é produzida pela divisão digital, ela é anterior.
·          A desigualdade expressa-se na propriedade privada dos meios de produção, o que aumenta de maneira simultânea a pobreza e a riqueza.
·          Não se trata somente de ter acesso à TI, pois o aspecto fundante está no padrão vigente de distribuição dos bens produzidos.

POTENCIALIDADES CONTRADITÓRIAS NO USO DA TI – (tecnologia da informação)
     Devem-se considerar suas possibilidades desde que de forma crítica e livre de mistificações.
Um dos aspectos da contradição reside na efetiva possibilidade de reduzir o trabalho vivo ocasionando a liberação da ação mecânica o que, por outro lado gera o aumento da pobreza e da exploração.

     Apesar da intensificação da mecanização do indivíduo, algumas possibilidades de superação e abertura de novas perspectivas podem ser indicadas como úteis para o fortalecimento da sociedade civil.

     Contudo é preciso compreender que os megagrupos atuam no cenário global das indústrias de informação e entretenimento, e grupos ou movimentos sofrem tentativas de esvaziamento nas suas tentativas de luta contra as desigualdades.

     Se é verdadeiro afirmar que os usos das TI são numerosos e diversificados, também é verdadeiro revelar o seu caráter contraditório, uma vez que resultado do processo social, originário de uma sociedade caracterizada pela incidência de desigualdades sociais.

ASSIM...
Fica revelada uma importante questão social e política que é a luta pela apropriação e uso da tecnologia, de maneira a aplicá-la aos interesses da maioria excluída da população.

USOS SOCIAIS DA TI E O SERVIÇO SOCIAL

­  Se as TI estão sendo utilizadas pelo capital para potencializar a produtividade e o lucro, não significa que não se possa construir formas de fortalecimento das lutas sociais. Isso implica na necessidade de os atores envolvidos, superarem as posturas simplificadoras presentes no debate sobre o tema.

­  Trata-se de engendrar uma apropriação crítica dos recursos tecnológicos, adicionando-os às experiências de resistência e luta social, como forma de ampliar o potencial já existente em tais
experiências.

­  A TI pode potencializar o exercício profissional caso articulada e subordinada aos valores e objetivos profissionais, visando a direção social estratégica no sentido da busca de ampliação no acesso aos direitos sociais.